Muito além das fake news: como o uso de IA pode ser positivo nas eleições

Da análise de dados públicos à transcrição de discursos e debates, existem muitas formas de utilizar a IA de forma construtiva nas eleições

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Por Marcos Lima

Muito se fala sobre o lado negativo do uso de inteligência artificial nas eleições. Se as fake news já eram uma preocupação desde a antiguidade – e isso se intensificou no último século, com o advento dos meios de comunicação globais -, as tecnologias que permitem criar invenções, mentiras e deturpações altamente realistas geram preocupações sérias e não devem ser subestimadas.

No final de fevereiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) definiu as normas sobre o uso de IA nas eleições municipais de 2024. Enquanto isso deve ajudar a conter abusos por parte dos candidatos, o que ocorre na esfera online continua sendo um desafio difícil de enfrentar.

Com eleições em mais de 50 países ocorrendo este ano, a questão do impacto da IA no processo eleitoral é global e mais complexa do que nunca.

Mas todos esses debates não devem nos fazer perder de vista que a IA não é inerentemente ruim. O seu efeito no mundo à nossa volta depende inteiramente do uso que fazemos dela, e pouco se fala sobre como essa tecnologia pode ajudar as atividades eleitorais.

A IA tem uma capacidade extraordinária de processar grandes volumes de dados em tempo recorde, o que não só possibilita uma análise mais profunda sobre questões sociais, mas também permite ampliar o alcance das informações para o público.

Abaixo listo alguns casos de uso de inteligência artificial já presentes no mundo dos negócios com resultados espetaculares, e que poderiam ser aproveitados nas eleições também.

1. Análise de dados públicos

A IA pode ser utilizada para explorar dados de fontes de domínio público, como o IBGE, pesquisas de opinião e outros dados demográficos, econômicos e sociais e fazer correlações que podem não ser aparentes à primeira vista.

Essa análise permite aos candidatos compreender melhor as necessidades e demandas da população, e criar estratégias de campanha e marketing mais  alinhadas com a realidade social. Também viabiliza a realização de projeções mais precisas sobre tendências futuras.

2. Chatbots personalizados

Os chatbots personalizados são outra aplicação valiosa da IA, ao permitir escalar o contato entre os eleitores e os políticos. Esses chatbots podem ser projetados para fornecer respostas personalizadas, adaptadas às características de comunicação e posicionamentos dos candidatos, de forma a agilizar o atendimento ao público.

Além disso, o governo pode empregar chatbots para responder dúvidas e auxiliar os cidadãos tanto na verificação de informações, quanto no registro de denúncias relacionadas ao processo eleitoral.

É importante ressaltar que a integração de modelos de IA com fontes de informações oficiais desempenha um papel crucial no combate à desinformação. Isso, aliado à implementação do aprendizado semi-supervisionado, garante que eventuais falhas e distorções nos modelos sejam devidamente monitoradas e minimizadas.

3. Identificação de palavras-chave e debate político

A IA também pode ser utilizada para identificar as palavras-chave mais abordadas sobre um determinado assunto nas redes sociais, auxiliando na construção de debates mais direcionados e relevantes.

Por exemplo, em um debate sobre saúde pública, termos como “vacinação” e “acesso aos serviços de saúde” frequentemente emergem como pontos centrais de discussão nas redes. Da mesma forma, em um debate sobre economia, temas como “desemprego” e “distribuição de renda” são recorrentes.

Ao identificar essas palavras-chave, os candidatos podem adaptar seus discursos para focar nos temas que são mais relevantes para o eleitorado. Isso ajuda a garantir que suas propostas e mensagens ressoem com as preocupações reais das pessoas.

4. Transcrição e resumo automático de discursos

A transcrição de áudios e vídeos com IA, que converte arquivos de voz em texto de forma precisa e eficiente, oferece uma oportunidade valiosa para os candidatos otimizarem sua comunicação durante as campanhas eleitorais, de forma que vai além da inclusão através do uso de legendas.

Ao dispor das transcrições de discursos e debates, as equipes de campanha podem facilmente gerar resumos automáticos dos eventos. Esses resumos, então, podem ser compartilhados com o público eleitoral, bem como servir como base para a produção de conteúdo em diferentes canais, como blogs e redes sociais.

Além disso, as transcrições fornecem aos candidatos um registro preciso de suas falas, possibilitando uma análise detalhada de seus discursos e agendas. Gerar resumos e comentários de uma transcrição também oferece uma visão clara de quais são os principais pontos que se destacam analiticamente, permitindo focar neles e ter uma apresentação mais coesa e precisa.

Isso tudo sem mencionar o potencial positivo do uso das transcrições pelos órgãos reguladores, que podem utilizá-la para identificar conteúdos falsos nas redes sociais e na internet de maneira automática.

Manter uma mente aberta e reconhecer todas as oportunidades que a IA oferece, juntamente com os desafios que apresenta, é fundamental. Esses foram apenas alguns exemplos simples. Afinal, uma coisa é certa: a inteligência artificial veio para ficar. É melhor que estejamos preparados para fazer o melhor uso possível dela.

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