Se 2023 foi o ano em que a inteligência artificial caiu no uso comum pela primeira vez, 2024 será marcado pela consolidação da sua influência em diversos setores. Espera-se que essa tecnologia redefina não apenas o universo empresarial, como também as interações sociais e governamentais no mundo inteiro. A seguir, veja algumas tendências da IA para 2024!

1. Ascensão da IA empresarial

Cada vez mais, empresas abraçarão aplicativos de IA generativa personalizados. Esses aplicativos são projetados para atender às necessidades específicas de um negócio, integrando dados proprietários e garantindo respostas mais precisas e relevantes. 

Por exemplo, uma cadeia de varejo multinacional pode adotar modelos de IA específicos para cada região global, treinados de acordo com as preferências do cliente e nuances culturais. Esse enfoque resulta em interações altamente personalizadas com os clientes.

Assim, no Japão, a IA pode priorizar a precisão e objetividade, enquanto no Brasil, ela pode enfatizar a simpatia e o engajamento, refletindo as características culturais de cada mercado. A previsão é de que essa tendência se estenda a várias indústrias, transformando a IA de uma ferramenta genérica em um ativo estratégico vital. 

2. Avanços nos modelos de código aberto

O ano de 2024 verá um aumento substancial na adoção de modelos de IA de código aberto, proporcionando às empresas meios para acelerar seu crescimento através da integração desses modelos com dados proprietários ou em tempo real. 

O compartilhamento de modelos e bases de dados permite a criação de novas soluções por desenvolvedores, contribuindo para um ecossistema robusto, que fomente o desenvolvimento da IA entre desenvolvedores, pesquisadores e empresas.

Para empresas e desenvolvedores, os modelos de código aberto podem elevar a produtividade e otimizar custos, proporcionando resultados mais precisos e uma vantagem competitiva distinta. Fora isso, ela também contribui para o avanço coletivo no campo da inteligência artificial.

3. Foco na regulamentação

Com a crescente conscientização sobre o potencial ilimitado da inteligência artificial, a sua regulamentação também se tornará um aspecto cada vez mais relevante. 

A importância da regulamentação da IA abrange diversos domínios. Por exemplo, ela estabelece princípios éticos e responsabilidades para o desenvolvimento e uso dessa tecnologia, evitando impactos negativos na sociedade, privacidade e direitos individuais.

Outro aspecto crucial é a mitigação de viés e discriminação. As diretrizes regulatórias visam assegurar que os sistemas de IA sejam treinados e utilizados de maneira justa e equitativa, evitando a perpetuação de preconceitos existentes. 

Alguns países já vêm avançando nesse debate. Em 2023, a União Europeia anunciou a criação do Ato de Inteligência Artificial da União Europeia (EU AI Act), que representa o primeiro arcabouço legal abrangente do mundo para a inteligência artificial. Ele categoriza os sistemas de IA com base em diferentes níveis de risco e impõe obrigações correspondentes.

4. Criação dos Chief AI Officers 

Com a inteligência artificial assumindo o centro das atenções no mundo dos negócios, uma estratégia que deve se tornar cada vez mais comum entre grandes empresas é a criação de uma nova posição executiva: o “Chief AI Officer”. 

Essa pessoa terá a responsabilidade de liderar as iniciativas da organização no campo da inteligência artificial, e se tornará uma maneira de as empresas demonstrarem externamente seu comprometimento e seriedade em relação à IA. 

Inesperadamente, essa tendência já tem sido vista no setor governamental. Nos Estados Unidos, uma recente ordem executiva de Joe Biden exigiu que cada agência federal do governo norte-americano nomeasse um Chief AI Officer. Estima-se que isso resultará na contratação de mais de 400 Chief AI Officers no governo dos EUA nos próximos meses.

Conclusão

As tendências da IA para 2024 demonstram um panorama dinâmico e em constante evolução. Sem dúvidas, a próxima fase da revolução da IA irá trazer transformações em inúmeras esferas econômicas e culturais. Porém, isso não ocorrerá sem reflexões importantes sobre a ética e a responsabilidade que acompanham esses avanços.